CÁLICE HUMANO
7 Quanto a si mesma se glorificou e viveu em
luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma no
seu coração: Estou sentada como rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de
ver!
Apocalipse de JESUS CRISTO segundo São João, cap. XVIII:7.
Adão e Eva expulsos do Paraíso.
Obra de Michelangelo Buonarroti (1475-1564).
Escultor, arquiteto, poeta e pintor italiano.
O
cálice humano
Pode
ser homem ou mulher.
É
simplesmente a criatura
Agindo
conforme quer.
“Devorei prazeres e fiquei faminto, bebi ilusões e continuei sedento.”
Bertolt Brecht (1898-1956).
Ela
enche o seu corpo
De
tudo o que almeja
Para
que sempre se veja
O
seu exterior,
Mas
o interior
Fica
sempre oculto
Atrás
do arbusto
De
total leviandade,
Ou
totalmente brilha
À
luz da honestidade.
“Decifra-me, mas não conclua... Eu posso
te surpreender.”
Clarice Lispector (1920-1977).
Escritora ucraniana.
Por
muito tempo se colocou
A
mulher como prostituta,
Mas
o homem o que é
Quando
não tem uma boa conduta?
“Todo mundo chama de violento a um rio turbulento, mas ninguém se lembra de chamar de violentas as margens que o aprisionam.”
Bertolt Brecht (1898-1956).
Dramaturgo e poeta alemão.
É
preciso colocar
Tudo
em seu devido lugar,
Para
o Espírito revelar
A
sua Identidade Espiritual.
“Cada obreiro devia fazer sua petição a Deus pelo batismo diário do espírito.”
Ellen G. White (1827-1915).
Escritora norte-americana.
A
pessoa é vista
Somente
por fora
Até
que chegue a hora
De
sua revelação,
Para
mostrar o que fez
Em
cada Encarnação.
“Na poça de lama como no divino céu,
também passa a lua.”
Afrânio
Peixoto (1876-1947).
Médico,
político, professor, crítico literário, ensaísta, romancista e historiador
brasileiro.
É
um cálice sorvendo
Coisa
boa ou ruim,
Até
formar enfim
O
seu bom caráter.
24
E nela se achou sangue de profetas, de santos, e de todos os que foram mortos
sobre a terra.
Apocalipse
de JESUS CRISTO segundo São João, cap. XVIII:24.
Até
isso ocorrer
O
ser humano vive a sorver
A
água num cálice duvidoso.
“É vã toda obra humana que não começa
no céu.”
Pietro Metastásio (1698-1782).
Poeta e escritor italiano.